Uma nova forma de encarar o bem-estar está ganhando espaço: o soft wellness (bem-estar suave, em português). O termo define uma abordagem que prioriza a diversão, o movimento intuitivo e a conexão social, em contraposição à pressão por alta performance e resultados imediatos que muitas vezes marcam o universo do wellness tradicional.
Essa tendência surge, em grande parte, como uma resposta à exaustão coletiva da grind culture (cultura da moagem, que prega o trabalho constante e a produtividade, muitas vezes em detrimento da saúde e do equilíbrio pessoal) e da estética da performance. A pandemia da COVID-19 acelerou essa mudança de perspectiva e forçou uma reavaliação do que realmente significa saúde e autocuidado.
Segundo uma pesquisa da VEJA SAÚDE e do núcleo de Inteligência de Mercado do Grupo Abril, com apoio da Associação Brasileira de Medicamentos Isentos de Prescrição, os números confirmam essa transformação. Entre os 1.874 participantes, quase 70% estão dispostos a rever hábitos para preservar a saúde, com 8 em cada 10 buscando maior responsabilidade sobre o autocuidado. A pesquisa também destacou a atenção ao bem-estar mental, prioridade para 38% dos entrevistados.
A proposta do soft wellness é trocar a obrigação do exercício intenso pela liberdade de se movimentar da maneira que o corpo pede a cada dia. A comparação com atletas e a busca incessante por padrões são deixadas de lado, valorizando-se o prazer nas atividades e as experiências compartilhadas.
A necessidade de uma mudança nessa mentalidade é reforçada por dados recentes. O “Annual Global Wellbeing Report” da Lululemon Athletica mostrou que metade das pessoas entrevistadas (50%) se sente esgotada ao tentar se encaixar nas normas estabelecidas pelo modelo de wellness convencional. Esse dado acende um alerta para a importância de repensar a forma como buscamos o bem-estar.
Soft wellness no dia a dia
No dia a dia do soft wellness, uma caminhada com amigos pode ser tão benéfica quanto uma sessão intensa na academia. Desfrutar de uma refeição saudável em boa companhia ganha tanto valor quanto seguir um plano alimentar restritivo. Ou seja, o objetivo é a incorporação de hábitos saudáveis de forma leve, integrada à rotina e fortalecida pelas relações sociais.
O soft wellness não ignora a importância da saúde física e mental, mas propõe um caminho mais humano e acessível para alcançá-las. Ao desmistificar a ideia de que o bem-estar exige sacrifícios e isolamento, essa nova era convida a redescobrir a alegria no autocuidado, bem como a fortalecer os laços sociais e a construir uma relação mais gentil e prazerosa com o próprio corpo e mente. E você, está pronto para descobrir um bem-estar mais leve e conectado?