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Antes de ter respostas, a gente sente. O corpo aperta, o coração dispara, a garganta fecha. Muitas vezes, nem sabemos o porquê, mas sentimos. E é desse lugar que eu quero começar esta coluna: do sentir. Porque, no fim das contas, não se trata de ter a rotina perfeita ou a fórmula mágica do bem-estar, mas de nos aproximarmos do que nos atravessa todos os dias.

Sentir faz parte da vida, mesmo quando não temos tempo ou espaço para entender o que acontece dentro de nós. É quando nos apaixonamos sem aviso, nos frustramos com uma perda ou amamos alguém a ponto de nos reencontrarmos nesse laço. É também no trânsito, quando a ansiedade bate antes de uma reunião. No silêncio da casa, quando a saudade chega sem bater. Ou no riso que escapa no intervalo, mesmo depois de um dia exaustivo. O sentir sempre encontra um jeito de existir, seja nos grandes momentos ou nas pequenas frestas do cotidiano.

A vida, em seus tons, carrega o desespero de viver e a paz de construir, o medo de desmoronar e a pureza de existir. E, em tudo isso, a dificuldade em ser. É comum a gente andar por aí fingindo que sabe. Sabe o quê? Talvez muitas coisas, mas poucas sobre o sentir. Afinal, nele a gente mergulha sem saber como nadar.

A gente explora a vida sem roteiro, mesmo acordando com um pronto pra bater ou necessidades suas que eu desconheço. Não sei ao certo quem escreve o seu caminho, mas espero, do fundo do meu coração, que seja você. (E, se ainda não se sente pronto a isso, por que não se explorar para se conhecer?)

Sentir é se perder e se encontrar

É comum se perder às vezes. É comum se perder sempre. É comum conhecer a vida, mesmo quando ela não se apresenta como gostaríamos. Mas, no fim, você sempre pode se encontrar com acolhimento e limites. Sejam eles no desespero, na ânsia de sonhar e na coragem de ir sem saber para onde.

Você nem sempre terá todas as respostas, mas, independentemente da sua idade ou fase da vida, sempre haverá uma nova maneira de se expressar e se encaixar. E, se me falar que não, eu te pergunto: então como você está sendo por tanto tempo?

É comum não ter respostas, mas o sentir pode te contar. Dentro ou fora da própria vida, você projeta, você nada e você caminha. Agora, e talvez hoje, com a possibilidade de descoberta. Com muito ou pouco, você existe e merece se sentir, mesmo que seja em outro tom. A vida tem todos eles, e você merece ter o seu.

Nos últimos tempos, muitas coisas que aliviam o peso da rotina têm sido chamadas de “terapêuticas”: cozinhar, ouvir música, cuidar de plantas. E sim, essas práticas são valiosas. Elas nos lembram que o cuidado está nos pequenos gestos, nos respiros possíveis da correria. Mas é crucial entender a diferença: o terapêutico é alívio, a terapia é processo.

E aqui precisamos falar de algo essencial: o acesso. No Brasil, buscar um psicólogo ou psiquiatra ainda é um desafio imenso para muita gente, seja pelo custo, pela falta de serviços públicos ou pelo estigma que a saúde mental carrega. Não dá para ignorar essa realidade. É justamente por isso que precisamos reforçar: a psicoterapia clínica não é luxo, é um espaço de cuidado profundo.

Permitir-se sentir é o começo

Na clínica, o trabalho é sério. O psicólogo não oferece respostas prontas nem receitas milagrosas. Ele cria um ambiente seguro para você falar o que, muitas vezes, nunca disse a ninguém. É um encontro em que a escuta qualificada ajuda a organizar a confusão, a nomear o que dói, a olhar para o que parecia impossível de lidar sozinho. Esse processo não acontece da noite para o dia, mas abre caminhos de transformação que nenhum “ato terapêutico” isolado pode oferecer.

E talvez você se pergunte: por onde começar? A resposta pode estar em se permitir perceber o que sente. Nem sempre vamos conseguir dar um nome de cara, mas simplesmente parar para reconhecer já é um passo enorme. Se você não sabe para onde ir, esta coluna pode ser uma companhia. Vamos falar do sentir, do cuidado e da vida. Porque, no fim, não é terapia, mas pode ser terapêutico caminhar por aqui.

Com amor e cuidado Sarah Aline.


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Foto de Sarah Aline

Sarah Aline

Colunista

Psicóloga, influenciadora digital e empresária, ganhou destaque nacional após sua participação em um dos maiores reality shows do país em 2023. Hoje, Sarah se dedica a democratizar a saúde mental, tornando...
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