Você já se sentiu tão pressionado ou exausto com o trabalho a ponto da sua vida pessoal sumir? Essa sensação, infelizmente comum para muitos brasileiros, agora está no centro de uma mudança importante nas normas de segurança e saúde ocupacional. Desde o dia 26 de maio deste ano, a Norma Regulamentadora nº 1 (NR-01) passou a exigir que as empresas reconheçam e controlem os riscos psicossociais, como assédio, estresse e carga mental excessiva.
Uma das mudanças mais relevantes é a introdução do Gerenciamento de Riscos Ocupacionais (GRO), que obriga as empresas a adotarem um Programa de Gerenciamento de Riscos. Esse programa deve identificar, avaliar e controlar os riscos ambientais e ocupacionais para proteger a saúde do trabalhador e prevenir o desenvolvimento de doenças relacionadas ao trabalho, como o burnout.
NR-01 ampliou o escopo e incluiu os riscos psicossociais entre as preocupações obrigatórias
Até então focada em riscos físicos (barulho, máquinas perigosas), químicos (poeira, produtos tóxicos) e biológicos (vírus, bactérias), a NR-01 passa a ampliar seu escopo, incluindo os riscos psicossociais entre as preocupações obrigatórias, que antes não eram exigidos de forma explícita e agora precisam ser documentados pelas empresas.
Os riscos psicossociais estão ligados à forma como o trabalho é organizado e às relações entre as pessoas no ambiente profissional, como chefes que pressionam demais, falta de reconhecimento, assédio moral, conflitos com colegas e a sensação de não ter controle sobre o que você faz. Quando ignorados, esses fatores podem levar a problemas sérios como ansiedade e depressão. A nova NR-01 obriga as empresas a avaliar a periculosidade desses riscos e, principalmente, criar planos para controlá-los e evitá-los.
Além disso, a partir de 2026, o Ministério do Trabalho vai fiscalizar as empresas para verificar o cumprimento dessa nova exigência, com possibilidade de multas e outras penalidades para quem não se adequar. Para os trabalhadores, a expectativa é de um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Ao forçar as organizações a priorizarem o bem-estar emocional de seus funcionários, a lei abre caminho para que problemas como o burnout, que já afeta um número alarmante de brasileiros (em 2024, as mulheres representaram a maioria dos afastamentos por transtornos mentais, segundo o Ministério da Previdência Social), comecem a ser tratados com a seriedade que merecem.
Em resumo, a nova NR-01 equipara a importância da saúde mental à da segurança física, exigindo ações concretas das empresas para criar um ambiente mais saudável em todos os sentidos, representando um direito adicional e uma chance de um futuro laboral com mais bem-estar e menos sofrimento para o trabalhador.