Bateria fraca, falta de sinal ou o simples esquecimento do celular em casa são situações que podem gerar uma ansiedade ou angústia. Esse medo de ficar sem o smartphone tem nome: nomofobia (uma abreviação de no mobile phobia, que em português significa fobia de ficar sem celular) e se prolifera em um mundo onde nossos aparelhos se tornaram quase extensões de nós mesmos.
Para ilustrar a relevância da dependência digital, transtorno reconhecido pela Organização Mundial da Saúde desde 2018, basta analisar os hábitos de conexão no Brasil. Segundo um estudo da We Are Social e Meltwater, o país está em segundo lugar no ranking mundial de tempo online, com uma média de 9h13 diários, perdendo apenas para a África do Sul (9h24).
Em indivíduos que têm uma forte ligação com o mundo digital, a ausência do smartphone pode desencadear sintomas da nomofobia: o hábito de olhar continuamente para a tela, o uso do dispositivo em situações perigosas (como ao dirigir) e até falta de ar. Isso ocorre porque as notificações e a dinâmica das redes sociais disparam a dopamina, neurotransmissor do prazer e recompensa. A gratificação imediata de um “like” alimenta o desejo do cérebro por mais, intensificando a necessidade de estar conectado.
Portanto, é importante reconhecer os sinais da nomofobia para evitar que ela se enraíze em nosso cotidiano. Algumas atitudes podem ajudar: definir horários específicos para verificar o celular, desativar notificações não essenciais, criar áreas livres de tela em casa e buscar atividades relaxantes. Redescobrir o valor de conversas sem interrupções, de um livro ou de um passeio ao ar livre pode ser um antídoto contra a ansiedade gerada pela desconexão forçada.