O Brasil é conhecido por sua diversidade cultural e pelo entusiasmo em abraçar novidades de diferentes partes do mundo. Nos últimos anos, esse espírito de abertura tem se voltado, em especial, para o mercado asiático. Se antes a Ásia chamava a atenção pela tecnologia e pelo entretenimento, agora são os cosméticos, a gastronomia e até a papelaria que vêm conquistando espaço no dia a dia dos brasileiros.

No setor de cosméticos, marcas coreanas e japonesas respondem por 14% das vendas totais no país, de acordo com a consultoria Circana. Os termos K-beauty e J-beauty ganharam força para diferenciar os produtos da Coreia do Sul e do Japão, que conquistaram o público com inovação, embalagens atrativas e rituais de autocuidado. As sheet masks (máscaras de tecido), os séruns multifuncionais e as rotinas em múltiplas etapas popularizaram-se, mostrando que beleza não é só estética, mas também experiência sensorial. Esse olhar para o cuidado da pele, com foco em hidratação e prevenção, conversa diretamente com um público que busca resultados sem abrir mão de momentos de relaxamento.

Gastronomia: sabores que conquistam paladares

A culinária asiática também se consolidou. O lámen (sopa de macarrão japonês), por exemplo, já tem espaço em restaurantes especializados, que se multiplicam em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro. O matcha, pó de chá verde japonês, virou estrela de cafeterias e padarias artesanais, presente em lattes, bolos e sobremesas. Outra tendência é o soju, bebida alcoólica tradicional da Coreia do Sul, que saiu das séries e clipes de K-pop para se tornar queridinha em bares e encontros entre jovens.

Papelaria: criatividade com estética kawaii

Mas a influência do mercado asiático não se limita à gastronomia. O avanço dos e-commerces mostra a força desse movimento. Segundo o relatório Setores do E-Commerce no Brasil, elaborado pela Conversion, os marketplaces asiáticos respondem por mais de 15% das vendas digitais do varejo nacional. Entre os dez maiores players do comércio eletrônico, três são chineses: Temu, Shein e AliExpress.

Juntos, eles não apenas oferecem preços competitivos, mas também ditam tendências de consumo em moda, decoração, tecnologia e papelaria. Canetas coloridas, adesivos criativos e papéis de origami têm caído no gosto dos brasileiros, impulsionados por influenciadores digitais e pela estética kawaii, que valoriza o lúdico e o divertido.

Bem-estar: novos rituais do mercado asiático para corpo e mente

Nesse cenário, o bem-estar vem, inclusive, sendo ressignificado no Brasil sob forte influência da cultura asiática. Mais do que uma moda, trata-se de um conjunto de práticas enraizadas em filosofias milenares, que enxergam equilíbrio físico e mental como parte de uma mesma jornada. Essa visão holística, comum em países como Japão, China e Coreia do Sul, tem inspirado brasileiros em busca de qualidade de vida em meio à rotina acelerada. Assim, começam a ganhar espaço hábitos que unem tradição e modernidade. Entre os destaques, estão:

• Meditação guiada e mindfulness, práticas originadas de tradições budistas e taoístas, hoje oferecidas em aplicativos e aulas presenciais;
  
• Yoga e tai chi chuan, exercícios que combinam movimento e equilíbrio interior, conquistando espaço em academias e parques urbanos;
  
• Banhos relaxantes e rotinas inspiradas no Japão, como o ofurô, associados a momentos de pausa;
  
• Chás funcionais, como gengibre e ginseng, cada vez mais presentes na rotina de quem busca vitalidade e saúde preventiva.

E você, já se deixou levar por essa onda? Seja experimentando um lámen, incluindo o matcha na rotina, testando uma máscara de skincare ou colecionando itens de papelaria criativa, o fato é que o mercado asiático está mais presente nos nossos hábitos e escolhas.