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Eu sempre brinco que o teletransporte ainda não existe, mas só para algumas coisas. Tudo que foi convertido para o digital, como fotos, vídeos, livros e música, rompeu a barreira do físico, materializando-se instantaneamente em qualquer lugar do mundo, desde que com uma tela e conexão. Contudo, ainda não conseguimos transportar matéria física de forma instantânea.

O nosso corpo – incluindo os odores – não se convertiam em dados. Até agora. O olfato, nosso sentido mais antigo e animalesco, está passando por um processo de digitalização. Até hoje a interpretação de odores era uma habilidade exclusivamente biológica, ligada tanto à sobrevivência, identificando alimentos e perigos, quanto ao nosso bem-estar, despertando atração, prazer e conforto. No entanto, a tecnologia avança em passos largos para o que se chama de Inteligência Olfativa impulsionada por Inteligência Artificial (IA) e o olfato digital. Ou em outras palavras, o nariz eletrônico (e-nose)

A IA tem sido usada como o “cérebro eletrônico” do olfato digital, criando um mapa da impressão digital do cheiro. Ou seja, agora é possível prever o que antes era inconcebível: o cheiro de uma molécula apenas a partir da sua estrutura química. Essa revolução olfativa tem desdobramentos interessantíssimos para vários segmentos, da identificação precoce de doenças, à criação de novos perfumes.

imagem de um cérebro com flores em alusão a inteligência olfativa

*Imagem gerada por IA.

Doenças estão em estágios avançados de detecção pela Inteligência Olfativa

É sabido que certas doenças podem ser detectadas precocemente a partir de uma análise de odores corporais. Cães, por exemplo, vêm sendo treinados para identificar certos tipos de câncer a partir do odor. O que acontece agora é que algoritmos também vêm sendo treinados com a exposição a centenas de pacientes com a doença confirmada e também a um grupo de controle. Uma vez treinado, o sistema consegue classificar novas amostras como saudáveis ou não, em maior volume e velocidade e a custos menores.

Doenças como Câncer, Alzheimer e Parkinson estão em estágios avançados de detecção pela Inteligência Olfativa. A indústria de fragrâncias e aromas também tem se beneficiado do poder computacional para inovar seus processos de criação. A hiperpersonalização e o encurtamento de processos beneficiam desde as grandes marcas até os pequenos criadores independentes. 

Outras aplicações da tecnologia olfativa são igualmente fascinantes e incluem:

  • Desenvolver repelentes mais eficazes para afastar mosquitos da dengue e da Zica; 
  • Monitorar a qualidade do ar ou da água em tempo real; 
  • Criar experiências imersivas ou de marketing sensorial únicas;
  • Promover a saúde mental e o bem-estar, com a criação de fragrâncias funcionais.

Isto abre as portas a uma nova geração de rituais e produtos wellness, desde aromas digitalmente desenvolvidos para um sono mais eficaz até fragrâncias personalizadas que aumentam o foco e a concentração. Vocês estão prontos para essa jornada?


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autoria

Foto de Suzana Cohen

Suzana Cohen

Colunista

Com mais de 15 anos de experiência em marketing e doutorado na área das tendências, é consultora e professora focada em decifrar os sinais do presente para entender melhor o futuro.
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