Você sua a camisa na academia, cumpre o treino à risca, mas não abre mão de uma bebida alcoólica? Aquela cervejinha gelada ou taça de vinho podem estar minando seus esforços de forma sorrateira. A relação entre álcool e atividade física é mais complexa do que parece, e a ciência já evidenciou os impactos da bebida no seu desempenho e recuperação.
“Muitos não se dão conta, mas o álcool interfere em processos fisiológicos para quem treina”, alerta a nutróloga Renata Pessoa. Um dos efeitos mais imediatos é a desidratação. Ao inibir o hormônio antidiurético, a bebida acelera a perda de líquidos e compromete a força muscular, a resistência e até a coordenação motora durante o exercício. “Imagine tentar levantar aquele peso extra com o corpo sedento: o risco de lesão aumenta e a performance despenca”, comenta a especialista.
Além do impacto imediato, o álcool age nas sombras da recuperação muscular. Aquele chopp pós-treino, aparentemente relaxante, pode estar atrapalhando a reparação das fibras musculares, um processo essencial para o ganho de massa. “O álcool interfere na síntese proteica, dificultando a construção muscular tão desejada”, explica a nutróloga. E não para por aí: o sono, fundamental para a regeneração do corpo, também é prejudicado pela bebida, que bagunça os ciclos noturnos e compromete a liberação de hormônios importantes para o crescimento muscular, como a testosterona.
Álcool pode dificultar a queima de gordura no treino
Para quem busca emagrecimento, a notícia também não é animadora. O álcool é calórico e suas calorias são consideradas “vazias”, ou seja, não oferecem nutrientes relevantes para o organismo. Além disso, ele pode estimular o apetite e dificultar a queima de gordura. “O corpo prioriza metabolizar o álcool, deixando a queima de gordura em segundo plano”, esclarece Renata.
Para quem deseja alta performance, a recomendação é: quanto menor o consumo, maior o potencial para alcançar seus objetivos fitness. “Substituir bebidas alcoólicas por água ou sucos pode ser o “upgrade” que faltava para turbinar os resultados e garantir um futuro mais saudável. Para um consumo ocasional, a moderação, a combinação com refeições saudáveis e exercícios para queima de gordura podem atenuar os impactos negativos”, conclui a nutróloga.