Você já parou pra pensar que a gente passa mais tempo no trabalho do que em casa? Quando o expediente se estende para além do relógio, quando as metas parecem inalcançáveis e a cobrança nunca dá trégua, é fácil entender por que tanta gente está esgotada. E não é à toa que o Brasil aparece como o quarto país mais estressado do mundo, segundo o relatório global “World Mental Health Day”, divulgado pelo Instituto Ipsos. Essa realidade nos faz pensar: como manter a cabeça no lugar quando o trabalho parece sugar todas as nossas energias?
Diante desse cenário, algumas iniciativas importantes vêm ganhando espaço. A Lei nº 14.831/2024, por exemplo, criou o Certificado Empresa Promotora da Saúde Mental, incentivando as empresas a cuidarem do bem-estar dos seus funcionários. Além disso, a nova Norma Regulamentadora nº 1 (NR-1), que entrou em vigor em maio de 2025, vai exigir que as empresas identifiquem e controlem os riscos para a saúde mental no trabalho. Essas medidas mostram que a preocupação com o tema está crescendo.
O que fazer para melhorar a saúde mental no trabalho?
A médica do trabalho Juliana Rocha traz algumas dicas importantes para quem está sentindo o baque do estresse, do burnout e da ansiedade no trabalho. Para começar, ela fala sobre a importância de tentar entender o que está causando esse mal-estar. “Às vezes, a gente se cobra demais, mas outras vezes o problema está mesmo nas condições do trabalho, como prazos impossíveis ou muita pressão”, explica. Identificar a raiz do problema é o primeiro passo para encontrar uma solução.
Outra coisa fundamental, de acordo com a médica, é cuidar da saúde. “Um corpo mais saudável aguenta melhor o tranco do estresse. Dormir bem, comer direito e fazer alguma atividade física ajudam a gente a se recuperar mais rápido dos momentos de tensão”, diz Juliana. Além disso, ela lembra que não dá para abraçar o mundo sozinho. “Querer fazer tudo e não pedir ajuda acaba aumentando o estresse. Aprender a delegar tarefas e a não se cobrar tanto é um jeito de cuidar da saúde mental”, afirma.
A médica também destaca a importância da comunicação no trabalho. “Guardar o que a gente está sentindo só piora as coisas. Conversar com colegas e com a chefia pode fazer uma grande diferença”, aconselha. Por fim, a médica reforça que pedir ajuda profissional não é sinal de fraqueza. “Se a gente sente que está difícil lidar com o estresse sozinho, indico procurar um especialista em saúde mental, pois eles podem nos dar as ferramentas certas para enfrentar esses desafios”, completa. Seguindo essas dicas, e com o apoio de novas leis e iniciativas, a gente pode tentar encontrar um jeito mais leve e saudável de viver o dia a dia do trabalho.