Ficar deitado na cama sem fazer nada, tirar um cochilo fora de hora ou passar o fim de semana sem grandes planos. Cada vez mais, atitudes como essas estão sendo entendidas como parte de um novo autocuidado. A chamada preguiça terapêutica (therapeutic laziness, em inglês) é uma das apostas de bem-estar para 2025, segundo a consultoria de tendências WGSN.
A proposta é desacelerar de forma intencional, sem culpa ou sensação de tempo perdido. Em vez da produtividade a qualquer custo, a ideia é valorizar momentos de pausa como parte da rotina de autocuidado. Pode ser alguns minutos no sofá, uma manhã sem despertador ou um banho demorado: tudo vale quando o objetivo é descansar de verdade.
Os benefícios são variados: redução do estresse, melhora na qualidade do sono, mais clareza mental, aumento da criatividade e maior equilíbrio emocional. A tendência surge como resposta ao esgotamento provocado pela rotina acelerada e pela pressão por desempenho. Em vez de preencher cada minuto com tarefas, a proposta é dar espaço ao ócio como uma forma legítima de cuidado, seja em casa ou fora dela.
A preguiça terapêutica reflete uma mudança de mentalidade
O conceito, inclusive, já se estende para além do ambiente doméstico. Hotéis e retiros têm apostado no chamado turismo do sono, com programações voltadas ao descanso. Camas inteligentes com recursos de inteligência artificial, terapias sensoriais, iluminação ajustável e menus noturnos calmantes fazem parte da experiência.
Na indústria da beleza, o movimento também ganha força. Marcas apostam em pijamas com tecidos sensoriais, cosméticos noturnos que cuidam da pele enquanto a pessoa dorme e até roupas de cama com aromas pensados para relaxar. O foco está em transformar o descanso em um ritual de bem-estar e não apenas em um intervalo entre obrigações.
Assim, a preguiça terapêutica reflete uma mudança de mentalidade: a de que parar não é sinal de fraqueza, mas uma escolha saudável. E talvez o passo mais difícil seja justamente esse: dar permissão para descansar.