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Sabe aquela ida ao supermercado quando já estamos cansados de escolher e selecionar com cautela cada produto e aqueles que estão mais ali na altura dos olhos parecem mais fáceis de serem selecionados? A escritora Valeska Zanello, em seu livro A prateleira do amor, traz uma metáfora genial (e um pouco incômoda, admito!) que nos faz pensar: será que a gente não faz o mesmo com os relacionamentos?

A Valeska nos provoca ao comparar a forma como homens e mulheres se relacionam a um grande supermercado dos afetos. Na prateleira do amor, os homens seriam os compradores e muitas vezes escolhem as “mercadorias” que estão mais visíveis, as que se encaixam no padrão. Quanto mais distante desse tal ideal, mais a mulher acaba sendo vista como um objeto, um meio para um fim e menos como um ser humano que merece carinho e respeito.

É como se a gente estivesse em uma vitrine e alguns só olhassem o preço, sem se importar com a qualidade do produto. E o pior: essa dinâmica é ruim para todo mundo, porque cria uma desvantagem em que os homens se veem como juízes, avaliando o físico e até a moral das mulheres. Essa é a ideia de terceirizar a nossa autoestima, a de que só seremos amadas se houver alguém nos desejando. É por isso, segundo a autora, que “mulheres aprendem a amar os homens, homens aprendem a amar o que quiserem”. Isso, infelizmente, fomenta uma rivalidade entre as mulheres, que acabam brigando entre si para brilhar mais e se destacar.

A Valeska ainda usa um conceito (que eu adoro!) para descrever o paradoxo dessa situação, o de “perebado”. Ela explica que o homem, independentemente de sua aparência, se sente no direito de julgar a mulher. É a clássica história do homem com barriga de chope que se acha no direito de comentar de forma pejorativa o corpo de uma mulher que não é tão magra.

A prateleira do amor nos desafia a enxergar valor em cada indivíduo

Mas calma, nem tudo está perdido! A beleza dessa metáfora, por mais que nos cutuque, é que ela nos convida a uma boa dose de reflexão. Que tal a gente começar a subverter essa lógica de supermercado? Talvez seja hora de dar uma boa olhada nas prateleiras de trás, aquelas onde estão as pessoas que fogem do padrão, que não são o “primeiro produto” a ser notado.

Pense bem: quantas vezes já nos pegamos avaliando alguém com base naquilo que a sociedade impõe como ideal? A prateleira do amor nos desafia a quebrar esses moldes e a enxergar o valor em cada indivíduo, independentemente de onde ele esteja posicionado nessa prateleira imaginária. Porque o amor, o de verdade, não se encontra nas primeiras fileiras, mas na profundidade dos olhares, na troca de risadas e na aceitação de cada singularidade. Afinal, a vida é muito mais interessante quando a gente se permite explorar além do óbvio, não é mesmo?


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autoria

Foto de Giulia Costa

Giulia Costa

Artista e assistente de direção

Artista, cineasta e amante do mar, da natureza e dos animais. Entusiasta de um olhar mais leve e de conversas francas. No Meu Ritual quero inspirar cada um a ter uma jornada mais gentil – com menos pressa e...
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