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Cuidar da saúde das mamas é um lembrete para o ano inteiro, mas o Outubro Rosa reforça essa urgência anualmente. O que talvez nem todo mundo saiba é como a tecnologia tem transformado esse cuidado. Dos mamógrafos digitais à inteligência artificial, a inovação torna o rastreamento do câncer de mama mais preciso, rápido e até mais confortável para as mulheres.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), em 2025 são esperados 704 mil casos novos de câncer no Brasil, com maior concentração nas regiões Sul e Sudeste, responsáveis por cerca de 70% da incidência. Nesse cenário, a detecção precoce continua sendo a principal ferramenta de combate à doença.

Segundo a radiologista e diretora médica do Centro Diagnóstico Lucilo Ávila, Mirela Ávila, a mamografia segue como exame de referência para rastreamento do câncer de mama, mas os aparelhos modernos oferecem recursos que ampliam o alcance do diagnóstico. “Os mamógrafos evoluíram para sistemas digitais de alta resolução, capazes de oferecer imagens mais precisas e com menor dose de radiação. O surgimento da mamografia 3D, ou tomossíntese, foi outro marco importante, pois cria cortes milimétricos da mama e pode aumentar em até 50% a detecção de tumores”, explica a radiologista.

Além da precisão, os novos equipamentos tornam o exame mais seguro. “A modernização trouxe mais conforto, com compressões mais suaves e adaptadas ao formato de cada mama. Hoje, o rastreamento é mais seguro, eficaz e humanizado, refletindo como a inovação tecnológica vem salvando vidas por meio da detecção precoce. Rastrear o câncer de mama significa identificar a doença em sua fase mais precoce, antes mesmo de ser palpável ou visível clinicamente. Isso aumenta as chances de cura em até 95% e possibilita tratamentos menos invasivos”, comenta.

Quando entram em cena o ultrassom e a ressonância

Apesar dos avanços da mamografia, há situações em que exames complementares são indicados. “A mamografia é fundamental para identificar microcalcificações, que podem ser o primeiro sinal da doença ou de lesões precursoras. No entanto, sua sensibilidade pode ser menor em mulheres com mamas densas, porque o tecido fibroglandular pode ocultar nódulos pequenos”, afirma a radiologista.

O ultrassom auxilia nesses casos, distinguindo nódulos e cistos, enquanto a ressonância magnética, associada ao contraste endovenoso, fornece imagens detalhadas das mamas e pode identificar praticamente qualquer câncer invasivo. “Ainda assim, não substitui a mamografia, porque alguns carcinomas in situ só podem ser detectados por ela”, reforça Mirela.

Como é feito o uso de IA no rastreamento

Se a digitalização transformou os equipamentos, a inteligência artificial (IA) vem mudando a forma como exames são realizados, analisados e priorizados. “A IA já é uma grande aliada na detecção precoce. No agendamento, consegue interagir com as pacientes, tirar dúvidas e agilizar a marcação dos exames. Durante a aquisição das imagens, auxilia no posicionamento na mamografia, reduzindo repetições, e acelera a realização da ressonância magnética. Nos exames de ultrassom, ajuda o médico a identificar melhor as lesões e a estimar seu grau de suspeição”, detalha Mirela.

O impacto também aparece na etapa dos laudos. “A IA pode classificar exames normais com alta confiabilidade, priorizar automaticamente os que apresentam alterações suspeitas e até apoiar na elaboração dos relatórios. Isso torna o processo mais rápido e reduz o risco de erro”, pontua a médica.

Combinada à experiência médica, a inteligência artificial também pode evitar procedimentos desnecessários. “Com imagens mais acuradas, conseguimos evitar algumas biópsias que seriam desnecessárias. Ainda assim, a decisão final depende sempre do especialista. O melhor resultado vem da união entre tecnologia avançada e a análise do profissional”, ressalta.

Radiação e próteses: esclarecendo mitos

Um dos receios mais comuns das pacientes é a radiação da mamografia.  Mirela reforça que essa preocupação, embora compreensível, não deve impedir o rastreamento. “A mamografia não é vilã. O risco da radiação é muito baixo, sobretudo quando comparado ao risco de não detectar um câncer cedo. A dose recebida equivale a um mês de radiação natural do Universo. Então, é como se durante uma vida inteira realizando mamografia você tivesse recebido um ou dois anos a mais de radiação do meio ambiente”, contextualiza Mirela.

Outro mito é de que a mamografia não seria indicada para mulheres com próteses de silicone. “A presença de implantes não contraindica a mamografia. O exame é seguro e eficaz quando realizado com a técnica adequada, que afasta a prótese para avaliar melhor o tecido mamário”, explica a médica.

Portanto, mulheres devem manter os exames em dia, independentemente de receios ou mitos. Quanto mais cedo o câncer de mama é detectado, maiores são as chances de cura e tratamentos menos invasivos. A prevenção continua sendo a forma mais efetiva de proteger a vida, e fazer a mamografia regularmente é o passo mais eficiente para isso.


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Foto de Laís Siqueira

Laís Siqueira

Jornalista

Jornalista e pós-graduada em Marketing, gosto de pesquisar, descobrir histórias e traduzir conceitos complexos em conteúdos que façam sentido. Sou movida pela curiosidade e pelo interesse em explorar o universo...
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