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Abrir um livro, mergulhar em uma história e se deixar levar por palavras e personagens é uma experiência que moldou gerações. No entanto, esse hábito vem perdendo espaço no cotidiano dos brasileiros. A 6ª edição da pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró-livro e Ministério da Cultura entre abril e julho de 2024, mostra que 53% dos entrevistados não leram sequer parte de um livro nos três primeiros meses do ano passado. 

O levantamento ouviu 5.504 pessoas em 208 municípios e analisou tanto obras impressas quanto digitais, sem restrição de gênero, incluindo livros didáticos, religiosos e literatura em geral. Com base na população brasileira a partir dos cinco anos de idade, a estimativa é que o país tenha hoje cerca de 93,4 milhões de leitores ativos. Parece um número robusto, mas representa 6,7 milhões a menos do que em 2019. Em outras palavras: estamos lendo menos.

A motivação para ler livros muda com a idade

O estudo mostra ainda que a motivação para ler varia bastante conforme a faixa etária. Entre crianças de 5 a 10 anos, o prazer é o principal fator: 38% dizem gostar de ler porque gostam. Já na adolescência e juventude, esse percentual varia entre 31% e 34%. E conforme a idade avança, o interesse por leitura movida pelo prazer diminui, cedendo lugar a outros motivos, como atualização cultural ou distração.

Apesar da queda geral, alguns grupos se mantiveram estáveis: jovens entre 11 e 13 anos e pessoas com mais de 70 anos não apresentaram retração no hábito. No recorte de gênero, as mulheres continuam lendo mais que os homens, embora ambas as parcelas tenham registrado queda desde a última edição da pesquisa.

Quais livros ficam na memória?

Outro dado curioso: quando perguntados sobre os títulos mais marcantes, os leitores brasileiros apontaram tanto clássicos quanto fenômenos contemporâneos. A Bíblia, O Pequeno Príncipe, as histórias da Turma da Mônica, Harry Potter e séries infantojuvenis como Diário de um Banana aparecem entre os mais citados. Entre os autores, nomes como Machado de Assis, Monteiro Lobato e Maurício de Sousa lideram a lembrança coletiva, reforçando a influência de diferentes gerações sobre os hábitos de leitura.

Como retomar o prazer de ler

Diante do cenário de queda, é possível resgatar a relação com os livros. Pequenas mudanças de rotina podem transformar a leitura em um hábito prazeroso e sustentável. Confira algumas dicas abaixo:

  1. Começar devagar: não é preciso encarar grandes clássicos de imediato. Contos, crônicas ou histórias em quadrinhos são boas portas de entrada. O importante é cultivar a regularidade.
  2. Estabelecer um ritual: criar um momento fixo para ler, seja antes de dormir ou durante o café da manhã, ajuda a transformar o hábito em parte da rotina.
  3. Explorar diferentes formatos: livros digitais e audiobooks são boas opções especialmente para quem enfrenta agendas lotadas. A leitura não precisa acontecer apenas no papel.
  4. Criar conexões: participar de clubes de leitura ou trocar recomendações com amigos amplia a vontade de ler e gera engajamento.
  5. Dar espaço para o prazer: escolher livros que realmente despertem interesse é fundamental. Forçar leituras por obrigação pode afastar ainda mais do hábito.

O impacto além das páginas

A leitura não é apenas uma atividade de lazer. Ela contribui para o desenvolvimento do vocabulário, do raciocínio crítico e da empatia. Ler histórias ficcionais, por exemplo, ajuda a compreender realidades diferentes da própria, ampliando repertórios pessoais e sociais.

No mundo atual, marcado por excesso de informações rápidas e superficiais, o livro oferece uma experiência mais profunda e reflexiva. Retomar esse contato pode ser um antídoto contra a dispersão digital, além de um momento para pausar, desacelerar e mergulhar em novas perspectivas.


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Foto de Laís Siqueira

Laís Siqueira

Jornalista

Jornalista e pós-graduada em Marketing, gosto de pesquisar, descobrir histórias e traduzir conceitos complexos em conteúdos que façam sentido. Sou movida pela curiosidade e pelo interesse em explorar o universo...
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