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Jogos eletrônicos fazem parte da rotina de milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo uma pesquisa de mercado da DFC Intelligence, estima-se que 3,7 bilhões de pessoas sejam adeptas aos games. Seja em consoles, computadores ou celulares, jogar deixou de ser apenas uma forma de lazer para se tornar também um espaço de socialização, aprendizado e de trabalho para quem atua no universo dos jogos e da criação de conteúdo. Mas afinal, qual é a relação entre games e saúde mental?

Pesquisas recentes mostram que, em muitos casos, jogar pode contribuir para o bem-estar e estimular a criatividade. Ao mesmo tempo, o excesso e a falta de equilíbrio trazem riscos que merecem atenção. Um estudo conduzido pela Universidade de Oxford investigou a relação entre tempo de jogo e felicidade. Diferente de pesquisas anteriores, que se baseavam apenas em relatos subjetivos dos jogadores, os cientistas trabalharam em parceria com desenvolvedores e analisaram dados de conexão dos games Animal Crossing (Nintendo) e Plants vs. Zombies (Electronic Arts).

Jogadores que passavam, em média, mais de quatro horas por dia no Animal Crossing relataram níveis mais altos de satisfação

Os resultados surpreenderam: jogadores que passavam, em média, mais de quatro horas por dia no Animal Crossing relataram níveis mais altos de satisfação. Segundo os pesquisadores, esse bem-estar está ligado não só ao conteúdo do jogo, mas também ao aspecto social e a possibilidade de interagir com outras pessoas em um ambiente virtual.

Outro dado que reforça os efeitos positivos vem da Michigan State University, nos Estados Unidos. Pesquisadores acompanharam 500 crianças de 12 anos e observaram que aquelas que tinham o hábito de jogar videogames apresentaram melhores resultados em testes de criatividade. A diferença foi notada independentemente de gênero ou origem étnica. Meninos jogavam mais, mas meninas também se beneficiaram da mesma forma.

Para os especialistas, o estímulo cognitivo é um dos principais pontos fortes dos jogos. Resolver desafios, construir estratégias, lidar com recursos limitados e experimentar novas narrativas ativa áreas importantes do cérebro ligadas à imaginação e à resolução de problemas.

O outro lado da moeda dos jogos eletrônicos

Apesar dos benefícios, o excesso pode transformar os games em fonte de estresse e isolamento. A Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu, em 2018, o chamado “transtorno de jogo” na classificação internacional de doenças. A condição é caracterizada pela perda de controle sobre o tempo dedicado aos videogames, a ponto de interferir em aspectos básicos da vida, como sono, alimentação, estudos, trabalho e relações sociais.

Especialistas alertam ainda para o impacto da competitividade online, especialmente em jogos multiplayer. A busca constante por vitórias e a pressão por desempenho podem gerar frustração, ansiedade e episódios de agressividade. Em comunidades virtuais, não é raro que situações de bullying digital e discurso de ódio também deixem marcas emocionais nos jogadores.

Outro ponto de atenção é a dificuldade de desconexão. Quando os jogos se tornam a principal forma de lazer, outras atividades igualmente importantes, como prática de exercícios, contato presencial com amigos e descanso adequado, acabam deixadas de lado.

Portanto, o equilíbrio deve estar no uso consciente. Psicólogos recomendam estabelecer limites de tempo e intercalar os momentos de jogo com atividades físicas, interações sociais presenciais e períodos de descanso. Também é importante observar sinais de alerta, como irritabilidade excessiva ao parar de jogar, perda de interesse em outras atividades e impacto negativo no desempenho escolar ou profissional.

Celebrado em 29 de agosto, o Dia do Gamer é uma oportunidade não só para comemorar a paixão por esse universo, mas também para refletir sobre como os jogos impactam nossas vidas. Se por um lado eles podem ser fonte de diversão, aprendizado e socialização, por outro exigem cuidado para que não ultrapassem os limites saudáveis.


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