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Você provavelmente já ouviu que fofocar é algo negativo ou até prejudicial. No entanto, uma nova pesquisa traz um contraponto interessante a essa ideia. De acordo com um estudo publicado no periódico científico PNAS, em certas situações, compartilhar segredos e informações pode ser um comportamento saudável. Pesquisadores da Universidade de Stanford e da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, apontam que o bate-papo informal sobre terceiros ajuda a fortalecer laços.

Intitulada “Explicando a evolução da fofoca”, a pesquisa destaca que a fofoca atua como um meio de comunicar dados importantes e ajuda a construir confiança. Ela funciona como um filtro social: ao saber em quem confiar (e de quem é melhor manter distância), conseguimos nos relacionar melhor dentro do grupo. Contudo, essa “fofoca construtiva” só é benéfica se as informações forem verdadeiras. Espalhar boatos e mentiras, além de não promover a cooperação, pode destruir a confiança.

Para validar essa teoria, os pesquisadores testaram o ciclo evolutivo da fofoca em um modelo de computador. No programa, agentes fofoqueiros virtuais interagiam entre si, adotando diversas estratégias e enfrentando as consequências de suas escolhas. O objetivo era descobrir se esses agentes usariam a fofoca para se proteger ou para explorar os outros. Eles podiam cooperar com os fofoqueiros ou traí-los e até mesmo se tornar fofoqueiros. Além disso, tinham a capacidade de mudar suas estratégias ao observar as recompensas ou punições das decisões alheias. Ao final do experimento, 90% dos agentes virtuais haviam se tornado fofoqueiros.

Os autores argumentam que a fofoca prolifera porque compartilhar informações sobre a reputação alheia pode ter um efeito de “dissuasão do egoísmo”. Ou seja, as pessoas ajustam seu comportamento de acordo com a reputação dos outros e, para evitar serem alvo de fofocas futuras, são menos propensas a agir de forma egoísta. Graças à sua capacidade de influenciar o comportamento e incentivar a cooperação, os fofoqueiros obtêm uma “vantagem evolutiva”, perpetuando o ciclo da fofoca e prestando um serviço útil a quem ouve. 

Fofocar com boa intenção é uma forma de autocuidado?

Curiosamente, compartilhar experiências sobre terceiros, quando feito com contexto e empatia, pode ir além da simples comunicação. Para muitos, fofocar com boa intenção se torna uma forma de autocuidado. Ao desabafar e trocar percepções em um ambiente de confiança, é possível aliviar tensões acumuladas, processar emoções e fortalecer o senso de pertencimento a uma comunidade. Com isso, constroem-se vínculos sociais mais duradouros e um espaço seguro para abordar as complexidades das relações.

Em um episódio do Pé no Sofá Pod, nossas colunistas Flávia Alessandra e Giulia Costa conversaram sobre o que acham do hábio de fofocar com as atrizes Mari Molina e Sophia Abrahão. Confira abaixo!


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