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No Brasil e no mundo, quem tem mais de 50 anos vem mostrando que essa fase da vida pode ser sinônimo de movimento, inovação e propósito. De empreendedores que transformam experiência em negócios a consumidores que buscam qualidade de vida e bem-estar, surge a chamada economia prateada, um mercado em plena expansão. O termo economia prateada se refere ao conjunto de produtos, serviços e iniciativas voltados para a população acima dos 50 anos. Mas não se trata apenas de consumo: é, sobretudo, o reconhecimento do protagonismo dessa geração, que se mostra ativa, criativa e com grande poder de decisão.

No Brasil, segundo o IBGE, a participação de trabalhadores com 60 anos ou mais aumentou 63% nos últimos 12 anos. Ou seja, o grupo 50+ não só continua no mercado, como se reinventa e encontra novas formas de contribuir para a sociedade e para a economia.

Mais tempo, mais vida, mais oportunidades

O aumento da longevidade é um dos principais motores dessa mudança. Vivemos mais e queremos viver melhor. Isso significa buscar qualidade de vida, saúde, bem-estar, lazer e conexões sociais em todas as fases. O mercado, por sua vez, começa a se adaptar para atender a essas demandas, seja oferecendo experiências de turismo voltadas para a terceira idade, criando espaços de aprendizado e convivência ou desenvolvendo produtos que unem acessibilidade e inovação. O conceito de envelhecimento ativo, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), também ajuda a explicar esse movimento. A ideia é, em vez de associar a maturidade ao fim das possibilidades, enxergar nela um novo ciclo de descobertas, produtividade e participação social.

E não é só como consumidores que os 50+ estão remodelando a economia. Muitos deles têm investido em se tornar protagonistas dos próprios negócios. No Rio de Janeiro, por exemplo, o projeto Economia Prateada do Sebrae RJ oferece suporte a empreendedores mais velhos, ajudando-os a estruturar ideias, acessar ferramentas digitais e lidar com os desafios de gestão.

A lógica é: se a experiência de vida é um ativo tão valioso, por que não transformá-la em oportunidade? Empreender, nesse caso, não é apenas uma questão financeira, mas também uma forma de manter a mente ativa, ampliar redes de contato e reafirmar a autonomia.

Histórias de sucesso não faltam. Há quem tenha começado um café especializado em bolos de família, transformando receitas tradicionais em negócio. Outros investem em turismo cultural, criando roteiros para pessoas da mesma faixa etária. E há ainda quem invista no universo digital, oferecendo consultorias online ou produzindo conteúdo nas redes sociais.

O peso econômico da economia prateada

Engana-se quem pensa que esse movimento é pequeno. Segundo levantamento da Data8, a economia prateada já movimenta 2 trilhões de reais em produtos e serviços no Brasil. Na prática, representa 23% do consumo no país. Portanto, é um mercado consumidor robusto, com preferências próprias e poder aquisitivo relevante. É um público que valoriza qualidade, praticidade e experiências marcantes. Não à toa, setores como saúde, bem-estar, moda, turismo e tecnologia têm desenvolvido soluções específicas para atender a essas necessidades.

Mas não se trata apenas de números e consumo. A economia prateada também representa uma quebra de paradigmas. Ainda é comum a imagem de que, ao chegar à terceira idade, a pessoa deveria se recolher a uma rotina limitada, distante da vida produtiva e social. A realidade, no entanto, mostra o contrário: muitos estão apenas começando uma nova fase.

Um dos reflexos mais visíveis desse movimento é o crescimento da oferta de atividades voltadas ao público 50+. Festivais de dança, grupos de corrida, oficinas de arte e viagens temáticas são apenas alguns exemplos. O turismo sênior, por exemplo, é um segmento que cresce ano a ano, oferecendo roteiros adaptados e experiências que priorizam conforto sem abrir mão de aventura. Outro ponto em ascensão são as iniciativas culturais. Clubes de leitura, saraus e cursos livres têm atraído cada vez mais interessados, mostrando que aprendizado e diversão não têm idade para acontecer.

Um futuro cada vez mais prateado

Seja como consumidores exigentes, empreendedores criativos ou profissionais com bagagem, os 50+ têm mostrado que ainda há muito espaço para protagonizar novas histórias e abrir caminhos para uma longevidade mais ativa e plena. A economia prateada, nesse sentido, é uma provocação para que empresas, governos e sociedade repensem sua forma de enxergar a longevidade.

Estamos diante de um dos fenômenos mais marcantes deste século: o envelhecimento populacional. E, em vez de enxergá-lo como um problema, há quem prefira ver nele uma oportunidade. Afinal, quanto mais prateada fica a economia, mais rica em diversidade, histórias e possibilidades se torna a nossa sociedade.


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autoria

Foto de Laís Siqueira

Laís Siqueira

Jornalista

Jornalista e pós-graduada em Marketing, gosto de pesquisar, descobrir histórias e traduzir conceitos complexos em conteúdos que façam sentido. Sou movida pela curiosidade e pelo interesse em explorar o universo...
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