Encontre no blog

Patrocinado

O diagnóstico de diabetes em crianças costuma gerar muitas dúvidas para pais e cuidadores, já que a rotina passa a exigir atenção constante e mudanças imediatas. Para entender a dimensão do problema, os dados ajudam a contextualizar: segundo a Federação Internacional de Diabetes, cerca de 20 milhões de brasileiros vivem com a doença. Além disso, o Brasil ocupa o 6º lugar entre os países com mais casos de diabetes no mundo e o 3º lugar quando se fala em diabetes tipo 1, condição que geralmente surge na infância.

Esse cenário reforça a importância de informação, atendimento rápido e, cada vez mais, do apoio da tecnologia. Sensores, bombas automáticas e sistemas com inteligência artificial vêm ampliando as formas de monitoramento, tornando o dia a dia mais previsível. Para muitas famílias, essas ferramentas ajudam a organizar a rotina escolar, alimentar e social das crianças com mais segurança.

Um história de descoberta e superação

A história da empresária Eduarda Santini ilustra esse processo de aprendizado e adaptação. Em setembro, ela descobriu o diabetes tipo 1 do filho Nicolas, de 4 anos. A percepção começou com um comportamento que, à primeira vista, parecia comum: ele estava bebendo muita água. Enquanto Eduarda viajava, a babá relatou que a sede estava intensa, o que levantou preocupação.

“Antes de viajar, percebemos que ele bebia muita água. Quando eu estava voltando, a babá comentou que não estava achando isso normal. Conversei com a pediatra, expliquei a situação e ela sugeriu observar a rotina dele na escola”, lembra. Durante o trajeto de volta, uma conversa com a irmã trouxe alerta adicional: uma amiga da família havia passado pela mesma situação com a filha, que também recebeu o diagnóstico de diabetes.

Mesmo ainda no avião, Eduarda pediu que a mãe levasse Nicolas ao hospital. Lá, ele já estava com cetoacidose, uma complicação que ocorre quando o corpo não consegue usar a glicose adequadamente. Em poucas horas, o diagnóstico foi confirmado. “A primeira reação foi achar que não era nada urgente, mas pouco tempo depois já estávamos diante do diagnóstico. Foi um impacto emocional grande. Passamos a buscar informação para entender a doença e lidar com ela”, explica.

Aprendizado rápido e monitoramento no cuidado do diabetes em crianças

Após o diagnóstico, Nicolas ficou internado durante uma semana para estabilizar o quadro. O período no hospital serviu também para orientar os pais sobre o uso de insulina, contagem de carboidratos e sinais que exigem monitoramento. Tudo isso fez parte de uma nova rotina que demandava decisões frequentes. “Um dos maiores desafios foi aprender a monitorar algo que antes não fazia parte da nossa preocupação. A gente fica em estado de alerta”, diz Eduarda. Ao mesmo tempo, o contato com outras famílias trouxe informações práticas, incluindo o uso de tecnologias mais avançadas.

Entre elas estão as bombas automáticas de insulina, que utilizam inteligência artificial para avaliar tendências da glicemia e ajustar a dose com base na projeção para a hora seguinte. Isso diminui o risco de quedas abruptas ou picos inesperados, além de emitir alertas quando algo demanda intervenção. De acordo com Eduarda, o recurso facilitou bastante o dia a dia.

Atualmente, Nicolas utiliza um sensor que mede a glicose continuamente e envia informações para o celular. O aplicativo repassa os dados para os pais, as médicas e a escola. O sensor também se comunica diretamente com a bomba de insulina, que organiza as doses conforme o monitoramento. Antes da adoção da bomba, o processo dependia de várias aplicações manuais ao longo do dia. “No primeiro mês, eu passava o dia na escola para acompanhar lanches e refeições. Depois, a enfermaria aprendeu o procedimento e, com a bomba, o manejo ficou mais simples, porque ajustamos tudo pelo aplicativo”.

Essas tecnologias, no entanto, ainda têm limitações de acesso. Um sensor precisa ser trocado a cada quinze dias e custa, em média, 350 reais. Para quem não pode contar com esses recursos, o acompanhamento segue por meio das medições capilares, feitas com picadas no dedo várias vezes ao dia.

Novo dispositivo guiado por inteligência artificial chega ao Brasil

Enquanto muitas famílias se adaptam ao uso de sensores e bombas, novos dispositivos começam a chegar ao mercado brasileiro. Um deles é a patch pump, aprovada recentemente pela ANVISA. Diferente das bombas tradicionais, ela é colada diretamente na pele e não utiliza tubos, reduzindo desconfortos e permitindo mais liberdade, sobretudo para crianças pequenas.

O dispositivo possui um reservatório de insulina que deve ser trocado a cada três dias, assim como a agulha e a bateria. A patch pump se conecta a um sensor subcutâneo que mede a glicose a cada dois minutos. Os dois equipamentos funcionam em conjunto, ajustando a liberação de insulina conforme as necessidades do organismo. O diferencial está no algoritmo integrado, que simula parte do funcionamento de um pâncreas artificial. A inteligência artificial reduz a necessidade de intervenção humana, favorecendo um controle mais estável da glicemia. Para crianças, essa tecnologia representa redução de riscos e ganho importante na autonomia diária.

Lidar com diabetes em crianças é um processo que exige cautela

Além disso, o uso desses recursos tem ampliado discussões sobre acesso, custo, incorporação em sistemas públicos de saúde e capacitação das equipes. Embora ainda não esteja amplamente disponível, a tecnologia indica um caminho de evolução contínua no controle do diabetes tipo 1. Eduarda reforça que essa etapa é vivida de maneiras muito diferentes. “Cada família vive de um jeito. Tudo depende do que consegue arcar, do apoio que tem e da informação que possui. É um gerenciamento grande, mas não impede que a criança faça nada”, comenta.

Para famílias que lidam com o diagnóstico de diabetes em crianças, fica uma mensagem importante: esse processo se aprende aos poucos, todos os dias. Há suporte médico, recursos tecnológicos e comunidades de famílias que compartilham experiências. Com informação, acompanhamento e carinho, é possível construir uma rotina segura e estável. A vida não deixa de acontecer; ela apenas segue acompanhada de novos cuidados, que podem ser manejados com tempo, apoio e esperança.


Compartilhe:

Patrocinado

autoria

Foto de Laís Siqueira

Laís Siqueira

Jornalista

Jornalista e pós-graduada em Marketing, gosto de pesquisar, descobrir histórias e traduzir conceitos complexos em conteúdos que façam sentido. Sou movida pela curiosidade e pelo interesse em explorar o universo...
Patrocinado