A vida online pode ter aproximado pessoas de diferentes lugares do mundo, mas também trouxe um efeito colateral: o cansaço crônico provocado pelo excesso de telas, notificações e estímulos digitais. De acordo com projeções da WGSN Brasil, a líder mundial de previsão de tendências, 2026 deve marcar o auge da grande exaustão, um estado coletivo de desgaste mental e emocional. Em resposta, o senso de comunidade e os encontros presenciais devem ganhar força no próximo ano.
O fenômeno, descrito como fadiga tecnológica, é resultado de um estilo de vida hiperconectado e de um ritmo de comunicação que não dá trégua. Mesmo com a promessa de encurtar distâncias, a internet intensificou a sensação de solidão para muitos. Como reação, cresce o interesse por espaços de convivência que resgatam o contato humano, longe da lógica das métricas e da pressão por produtividade.
Como criar mais senso de comunidade e pertencimento
Nesse contexto, os chamados third places, ou terceiros espaços em português, devem se tornar pontos estratégicos para desacelerar e fortalecer vínculos. São locais que não fazem parte nem da casa nem do trabalho, como cafés, praças, bibliotecas e centros culturais. Neles, é possível estar com outras pessoas de forma espontânea, sem a obrigação de produzir ou consumir constantemente.
Dessa forma, participar de comunidades, sejam elas físicas ou virtuais, pode aumentar a sensação de bem-estar e felicidade. Para nativos digitais, como a Geração Z, a mudança de hábito será marcante: mais encontros presenciais, menos tempo de rolagem infinita nas redes sociais.
A tendência não é abandonar a tecnologia, mas redefinir seu papel no cotidiano. Trocar parte do tempo online por interações reais pode ser uma forma de aliviar o cansaço mental e reconstruir laços de confiança. Em um mundo esgotado pela sobrecarga de informações, a comunidade pode voltar a ser um lugar de pertencimento, assim como um remédio coletivo para o corpo e para a mente.