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No calendário da saúde, 14 de agosto marca o Dia do Cardiologista e também é um bom momento para lembrar que cuidar do coração não é assunto apenas para quem já teve problema. O check-up cardiológico, muitas vezes deixado para depois, pode ser decisivo para evitar surpresas. “Infarto e AVC seguem como principais causas de morte no mundo e muitas vezes são impulsionados por vilões silenciosos, como a pressão alta, o colesterol elevado e diabetes, que habitualmente não dão sintomas”, alerta o médico cardiologista Audes Feitosa.

Para o médico, essa avaliação vai além de uma lista de exames. É uma conversa detalhada para entender o histórico, medir corretamente a pressão (inclusive em casa) e definir metas com base no risco individual. “Identificar cedo e controlar de verdade muda o destino. Afinal, prevenção não é terrorismo sanitário, é liberdade com método e um ritual de cuidado que cabe na rotina“, comenta.

Quando começar e com que frequência fazer o check-up cardiológico

A recomendação do especialista é iniciar o acompanhamento a partir dos 20 anos. Caso os parâmetros estejam normais, a revisão da pressão, colesterol, glicemia, histórico familiar e hábitos deve ser feita a cada quatro a seis anos. A partir dos 40, o passo seguinte é calcular o risco cardiovascular e ajustar o intervalo das avaliações médicas. “Quem tem risco baixo pode marcar uma consulta anual ou a cada dois anos. Já para pessoas com fatores de risco (pré-diabetes, história familiar, doença renal e doenças inflamatórias), o ideal é um acompanhamento a cada seis ou 12 meses até atingir controle sustentado”, esclarece.

Além disso, a pressão deve ser medida em toda consulta. Se alterada, é preciso confirmar fora do consultório com métodos como MRPA (Monitorização Residencial da Pressão Arterial) ou MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial). “Isso evita falsos alarmes e ajuda a tratar melhor”, explica Feitosa.

Atenção especial para as mulheres

Alguns eventos na vida feminina aumentam o risco cardíaco e pedem uma vigilância mais próxima. A gestação com pré-eclâmpsia, por exemplo, eleva os riscos no futuro. “Após o parto, recomenda-se uma avaliação precoce entre três e 12 semanas, bem como seguimento ao longo do primeiro ano para checar a pressão e os fatores de risco”, orienta o cardiologista.

Outro fator de atenção é a menopausa precoce, que ocorre antes dos 40 anos. Há ainda outros elementos que somam pontos no risco cardiovascular, como doenças autoimunes (lúpus e artrite reumatoide), doença renal crônica e histórico familiar de infarto precoce. Em certos casos, o médico indica a dosagem da lipoproteína(a) (um tipo de colesterol com alto potencial de causar doenças cardiovasculares) uma única vez na vida, para completar o mapa de risco.

Fique atento aos sintomas

De acordo com Feitosa, dor ou desconforto no peito que não passa, falta de ar, suor frio, desmaio, palpitações contínuas, pressão muito alta acompanhada de sintomas, dor torácica em “rasgo” e sinais de AVC — como boca torta e fraqueza de um lado do corpo — são motivos para procurar ajuda médica imediatamente.

Em mulheres, os sinais podem ser mais sutis, como cansaço súbito, dor nas costas e na mandíbula, além de náusea. A regra de ouro é: sentiu um desses sinais, procure atendimento de urgência pelo SAMU e não dirija por conta própria. O atendimento rápido salva músculo cardíaco e cérebro”, ressalta.

Ele também sugere que haja um plano de ação combinado com os familiares: quem liga para o 192, quais remédios usar e qual hospital de referência procurar. “Planejar antes reduz o tempo até o atendimento e aumenta a chance de um final feliz”, afirma.

Estresse: um fator que influencia no coração

Além dos cuidados práticos e do acompanhamento médico, é importante olhar para fatores que, muitas vezes, passam despercebidos, mas influenciam o coração. Um deles é o estresse, que, embora não seja a causa única, pode precipitar eventos e, no longo prazo, contribuir para o desgaste cardiovascular. “Explosões de raiva ou estresse intenso dobram o risco de infarto nas duas horas seguintes”, diz Feitosa.

Uma das estratégias para reduzir o impacto é criar um ritual antiestresse. Isso inclui manter um sono regular de sete a oito horas por noite, praticar atividade física constante, adotar técnicas de respiração e meditação de cinco a dez minutos, ter uma alimentação equilibrada, abandonar o cigarro e buscar apoio profissional, como psicoterapia e reabilitação cardíaca. “O estresse não é ‘culpado único’, mas é peça do quebra-cabeça. O caminho vencedor é duplo: cuidar do que muda o desfecho, como pressão, LDL, glicose, movimento, sono, parar de fumar, assim como adotar um ritual simples para domar o estresse. Isso é liberdade com método”, finaliza.


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autoria

Foto de Laís Siqueira

Laís Siqueira

Jornalista

Jornalista e pós-graduada em Marketing, gosto de pesquisar, descobrir histórias e traduzir conceitos complexos em conteúdos que façam sentido. Sou movida pela curiosidade e pelo interesse em explorar o universo...
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