O hábito de tomar chá, antes associado a tradições como a inglesa, vem conquistando mais espaço no Brasil e no mundo. Segundo levantamento da consultoria Global Growth Insights, o setor deve movimentar cerca de 18,4 bilhões de dólares até 2032, com crescimento médio anual acima de 6%. Mas a popularização não se deve apenas a números. Se antes o chá era lembrado em situações de resfriado, hoje ele se tornou um ritual de autocuidado em meio à correria do dia a dia.
Adepta de chás, a analista financeira Laura Barbosa, que toma a bebida no trabalho e em casa, observa que o ato de consumir chá é uma oportunidade para se reconectar consigo mesma. “Tomar um chá é uma pausa estratégica. É um momento para desacelerar e se cuidar. Enquanto você toma, você aprecia o momento, a bebida, o cheiro”, comenta.
A busca por bem-estar impulsiona essa mudança de comportamento. As infusões são cada vez mais vistas como alternativas ao café, pois muitas delas não contêm cafeína, sendo ideais para o consumo noturno. O matcha, por exemplo, ganhou espaço entre quem busca energia mais estável, enquanto blends de frutas e flores conquistam quem prefere sabores leves e aromáticos.
E a variedade de preparo é um atrativo à parte. Quente para aquecer nos dias frios, gelado para refrescar no verão, ou em versões inovadoras como cold brew e tea cocktails, o chá mostra sua versatilidade e conquista públicos diversos. “Quando a gente diversifica, coloca o chá gelado ou mistura sabores diferentes, a gente percebe que a experiência de consumir a bebida é boa, porque podemos tomar de diversas formas”. Ela revela que gosta de tomar chá à tarde, após o almoço, para ajudar na digestão e no final da tarde, acompanhado de um lanche.
O consumo de chá é impulsionado pelos benefícios à saúde
Além do sabor e da versatilidade, o consumo de chá é impulsionado pelos benefícios à saúde. O chá de camomila é famoso por suas propriedades calmantes, enquanto o de açafrão tem ação anti-inflamatória e o verde auxilia no metabolismo. De acordo com Laura, a conscientização sobre o que se consome é um fator decisivo. “Acho que as pessoas estão despertando para a consciência no sentido de autocuidado. Por exemplo, em vez de tomar refrigerante ou comer uma besteira, as pessoas estão optando por chá por causa da saúde, já que ele tem efeitos medicinais”.
Mais do que uma moda passageira, o crescimento do consumo de chá no Brasil reflete uma mudança de comportamento. Entre canecas, copos gelados ou taças de coquetel, ele passou a ocupar lugar de destaque em cafeterias, bares e até restaurantes sofisticados. Hoje, o chá não é só uma bebida: é um estilo de vida e um símbolo de uma geração que busca bem-estar sem abrir mão de sabor.