Há alguns anos fiz um teste daqueles de DNA para saber mais sobre a minha ancestralidade, as minhas origens para além daquilo que já sabia. Na época, existiam também pacotes que incluíam o mapeamento da pré-disposição genética a certos tipos de doenças, mas não optei por eles. Alguns anos se passaram e hoje vejo uma tendência emergente, popular entre os “tech-bros” do Vale do Silício, de novas empresas que oferecem testes de DNA focados exclusivamente na saúde. Estudos indicam que esse é um mercado crescente e muito promissor. Esses testes, com tecnologia de ponta, colocam insights de saúde na palma de nossas mãos. Sejam bem-vindos à era do bio-empoderamento!
Testes de DNA e de idade biológica: a saúde proativa
A tendência dos testes genômicos dá um passo além na medicina preventiva, trazendo um maior protagonismo ao indivíduo, que, ao se munir com dados de sua saúde, pode ter uma abordagem mais proativa no gerenciamento de sua própria saúde. Estamos falando de empoderamento, prevenção e longevidade com saúde.
Os testes de genômica personalizada funcionam mais ou menos como aqueles testes caseiros de Covid. Uma haste com algodão é esfregada na bochecha e enviada para o laboratório, que em pouco tempo dá um relatório de quais doenças tem uma maior pré-disposição a desenvolver. É importante notar: não é uma previsão definitiva, mas um mapa de riscos. Com essa informação, você pode tomar medidas para evitar que essas enfermidades se desenvolvam.
Para além disso, o movimento também busca retardar o envelhecimento. A sua idade biológica poderá ser revelada e ela pode ser significativamente diferente da sua idade cronológica, influenciada pelo seu estilo de vida, ambiente e genética. Por exemplo, uma pessoa de 50 anos pode ter uma idade biológica de 35 – ou o oposto.
Redefinindo o desejável: beleza, status e expectativas sociais
Quando a vitalidade biológica se torna mensurável, um novo padrão de beleza pode emergir. O que importa não é mais a casca da aparência exterior, por vezes manipulada. Se esse movimento realmente se firmar, o desejável passa a ser a irradiação da saúde de dentro para fora. O medo de envelhecer cria a aspiração de ser biologicamente jovem e saudável.
A difusão desses protocolos pode também transformar a saúde proativa em um novo símbolo de status. O compromisso com a otimização pessoal pode gerar expectativas sociais e uma pressão – ainda maior do que a que já temos – para “envelhecer bem”. É o risco de o etarismo ganhar uma nova roupagem, baseada em nossos marcadores biológicos. Afinal, será que teremos que nos preocupar até com a nossa idade biológica para “envelhecer em paz”?
Na sociedade do espetáculo, onde a vida é frequentemente compartilhada nas redes sociais, a performatividade pode se estender para além dos filtros, incorporando esses marcadores de saúde mensuráveis.
Uma nova era da medicina e do auto-ritual
Mas vamos pensar positivo! Estamos entrando em uma era em que nossos dados nos empoderam a desenhar a nossa saúde futura. Não se trata mais de evitar doenças: trata-se de otimizar as nossas vidas, a viver mais e com mais saúde.
Quais passos você está disposta(o) a tomar para ter mais controle do seu bem-estar futuro e de forma positiva?