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Mover o corpo faz bem para todo mundo. A atividade física está diretamente ligada à saúde, ao bem-estar e até mesmo às conexões sociais. Mas quando o assunto é a prática de esportes por pessoas com deficiência, os desafios ainda são muitos, ao mesmo tempo em que os benefícios podem ser ainda mais transformadores. De acordo com a Pesquisa Saúde e Trabalho, realizada pelo Serviço Social da Indústria (SESI), mais da metade dos brasileiros (52%) admite que raramente ou nunca pratica exercícios físicos. Entre aqueles que mantêm uma rotina ativa, cerca de 22% se movimentam todos os dias, enquanto 13% fazem atividades três vezes na semana e outros 8% pelo menos duas vezes. 

Esses números mostram que ainda existe um longo caminho para tornar o exercício uma prioridade. E, no caso das pessoas com deficiência, esse caminho pode ser ainda mais cheio de barreiras de infraestrutura a preconceito. Quem tem algum tipo de deficiência encontra obstáculos extras para se manter ativo. A falta de acessibilidade em academias, parques e espaços esportivos é um deles. Muitas vezes, os equipamentos não são adaptados ou não há profissionais preparados para orientar os treinos. Além disso, o transporte público ou a locomoção até os locais de prática podem ser um impeditivo.

Outro ponto é o estigma: o olhar social que ainda associa deficiência a incapacidade. Isso pode desmotivar quem gostaria de experimentar um esporte, mas não se sente acolhido. Ainda assim, iniciativas de inclusão vêm mudando esse cenário, mostrando que a atividade física é possível e necessária para todos.

Benefícios da atividade física na vida de pessoas com deficiência

Os ganhos da prática de atividade física são amplos. Do ponto de vista físico, melhoram a força muscular, a flexibilidade e a resistência. Para pessoas com deficiência, esses avanços podem significar maior autonomia no dia a dia. Já no aspecto emocional, o esporte ajuda a aumentar a autoestima, reduzir sintomas de ansiedade e fortalecer vínculos sociais.

A natação, por exemplo, é bastante indicada por trabalhar fortalecimento muscular e mobilidade, com ajustes que respeitam as necessidades individuais. O atletismo também se destaca por oferecer provas de corrida, salto e arremesso em categorias específicas para cada tipo de deficiência. Já o paraciclismo possibilita treinos em ambientes abertos ou fechados e contribui para a resistência física. O basquete em cadeira de rodas, por sua vez, alia estratégia, coordenação e espírito de equipe. Além deles, a bocha paralímpica e o power soccer se consolidaram como modalidades de grande adesão no Brasil, especialmente pela acessibilidade e emoção que despertam em atletas e torcedores.

Exemplos que inspiram

Um exemplo de como o esporte pode transformar vidas é o de Lucas Dutra, atleta de bocha e power soccer. Em entrevista ao Utalks, comandado pelos nossos colunistas Flávia Alessandra e Otaviano Costa, ele contou como encontrou sua modalidade ideal ainda na infância. “Eu fui ver o rugby, mas não gostei muito porque achei violento. Aos 8 anos, testei a bocha e depois migrei para o power soccer quando ganhei minha primeira cadeira motorizada. Quando descobri que existia futebol em cadeiras de rodas, pensei: ‘que legal!’ Me adaptei bem e comecei a treinar”, explica.

Já Artur Cabral, presidente da Associação Nacional de Desporto para Deficientes (Ande), destacou na mesma conversa a importância de adaptações específicas. “A grande maioria consegue se adaptar aos equipamentos. O treinamento é mais individualizado até no caso de pessoas com deficiência visual, por exemplo”.

No fim das contas, a atividade física é um recurso de autonomia e pertencimento. Garantir acessibilidade em academias, parques e centros esportivos, investir em profissionais preparados e apoiar iniciativas de esporte adaptado significa abrir caminhos para que mais pessoas encontrem prazer no movimento. Cada passo, braçada ou jogada representa um avanço coletivo em direção a uma sociedade mais inclusiva e saudável.


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