Muitas vezes alguns obstáculos aparecem no nosso caminho e a gente fica sem entender o porquê. No último ano, fui surpreendido, às vésperas do aniversário de 50 anos de Flávia, com um aneurisma na aorta torácica ascendente que mudou todo o rumo do meu segundo semestre.
Eu estava com uma viagem marcada para a Disney com meus sobrinhos no mês seguinte e, então, seguindo a orientação do meu médico cardiologista, Roberto Kalil, agendei a cirurgia para 30 dias depois da descoberta daquela bomba-relógio que estava em mim. Foi um período de muita reflexão, de diversos questionamentos e de muita dor (não digo dor física), mas, também, foram dias de muita conexão com minhas meninas (Flávia, Giulia e Olivia). Ficamos grudados.
As dúvidas que apareceram foram todas baseadas em uma só pergunta: “se eu não resistir a essa intervenção, a vida que vivi até aqui valeu a pena?”. A partir dela comecei a analisar se fiz tudo que tinha pra fazer, se eu vivi de peito aberto, se declarei meus amores, perdoei quem tinha que perdoar, se sou feliz, se minhas filhas estão no caminho certo… tudo que fazia parecia ser pela última vez: assistir a apresentação de balé da minha filha, passar o Dia dos Namorados com Flávia… tive 30 dias para organizar toda a minha vida, patrimonial ou não, e encarar o desconhecido: o bloco cirúrgico.
Quando acordei, ainda entubado e na UTI, Flávia estava ao meu lado e por lá ela ficou durante toda a minha recuperação. Me ajudando a reaprender a andar, a comer… foi tudo muito emocionante! Toda a minha rotina de alimentação e de exercícios teve que mudar a partir daquele dia, mas eu entendi o propósito disso tudo: mostrar, de peito aberto, que graças a toda uma vida com rituais que envolvem autocuidado e uma vida saudável, meu condicionamento físico e minha musculatura foram parte essencial da minha recuperação – que foi muito mais rápida que o esperado!
Por isso, eu te digo: se você ainda não inseriu rituais saudáveis no seu dia a dia, ainda é tempo. Cuide-se! Não só por você, mas por aqueles que você mais ama!