O câncer de mama é uma das doenças que mais afetam mulheres no Brasil, e a prevenção envolve atenção a diferentes fatores. Entre eles, a alimentação pode ter papel importante na redução de riscos. “Uma alimentação rica em cereais integrais, vegetais, frutas e leguminosas fornece muitos micronutrientes, assim como uma variedade de fitoquímicos, que incluem fibras, carotenoides, flavonoides e vitaminas C e E”, explica a nutricionista clínica e esportiva Cácia Santos, da Casa Rosa, ONG do Recife que acolhe mulheres em tratamento nos hospitais públicos da cidade.
Para Cácia, a variedade no prato garante a ingestão de diferentes nutrientes e compostos que atuam inclusive na prevenção da doença. “Aveia, arroz integral, castanhas, vegetais verdes folhosos, repolho, quiabo, berinjela, alho, cebola, brócolis, batata doce, mandioca, inhame, feijões, frutas vermelhas, cacau, frutas cítricas… todos são aliados da prevenção”, lista a nutricionista. Isso porque esses alimentos fornecem nutrientes que ajudam a fortalecer o organismo, reduzir inflamações e equilibrar hormônios, fatores importantes para diminuir riscos relacionados ao câncer de mama.
Por outro lado, alguns alimentos podem aumentar o risco e devem ser consumidos com moderação ou evitados. “É importante limitar o consumo de carne vermelha a duas vezes por semana ou 500 gramas no total e evitar carnes processadas e ultraprocessadas, como presunto, salsicha, linguiça, bacon, salame, mortadela e peito de peru defumado”, alerta Cácia.
Bebidas açucaradas e álcool também entram na lista de restrições. “Para a prevenção do câncer, o melhor é não consumir bebidas alcoólicas. O álcool está relacionado ao aumento do estresse oxidativo no corpo e a alterações hormonais, que podem favorecer o desenvolvimento da doença”, reforça.
Dicas de alimentação que ajudam na prevenção de doenças
Para tornar a alimentação preventiva uma rotina sustentável, a nutricionista recomenda mudanças consistentes no dia a dia. “Evitar gorduras saturadas, dar preferência a alimentos in natura ou minimamente processados e reduzir o consumo de fast food são passos importantes para manter a saúde em dia”, orienta. “Também é indicado evitar carnes grelhadas, fritas ou preparadas como churrasco e criar o hábito de ir a feiras livres, o que ajuda a manter uma alimentação mais equilibrada”.
Ela acrescenta que encarar a alimentação saudável como um investimento em qualidade de vida, e não como uma dieta restritiva, facilita a manutenção desses hábitos. “Escolhas equilibradas trazem benefícios como sono mais reparador, melhora da saúde física e mental e redução do risco de doenças”, reforça.
Alimentação saudável deve começar na infância
Os cuidados com a alimentação devem começar cedo. Consumir legumes, verduras, arroz, milho, leguminosas, castanhas, especiarias, carnes, ovos, leite e iogurte sem açúcar ajudam a construir uma base sólida de saúde na vida adulta. A nutricionista destaca que a amamentação na infância está associada à diminuição do risco de desenvolvimento de câncer e e à proteção contra ganho de peso, sobrepeso e obesidade.
Segundo Cácia, as recomendações seguem padrões nacionais de alimentação saudável, como o Guia Alimentar para a População Brasileira. “Alimentos naturais, variados e de origem vegetal são a base de uma alimentação balanceada e culturalmente adequada, além de apoiar um sistema alimentar social e ambientalmente sustentável”, diz.
Outubro Rosa, portanto, é um momento para refletir sobre escolhas diárias que fortalecem o a saúde e a qualidade de vida. Em resumo, cada refeição equilibrada é uma oportunidade de prevenção. E você, já parou para pensar no que coloca no prato? Aproveite este mês de conscientização para observar suas escolhas, incluir mais alimentos frescos e transformar a alimentação em um cuidado diário.